A psicóloga e coach de carreiras Rosangela Sampaio esclarece a confusão em cima dos termos e comenta sobre a “banalização” dessa ocupação
Atualmente, podemos dizer que “coach” e “coaching” viraram ofícios que tiveram um grande boom e, com isso, hoje começam a cair na “mesmice”.
O termo mesmice vem entre aspas por lidarmos com profissionais de diversos gabaritos, que muitas vezes leem um livro e já se intitulam coach, principalmente nas redes sociais, onde não há como mensurarmos de imediato o que é verossímil. O mesmo pode acontecer com CEO (Chief Executive Officer – Diretor Executivo), entretanto, esse assunto fica para outra matéria.
Rosangela Sampaio, que é psicóloga de formação e coach de carreiras, também é palestrante, escritora, além de especialista em Psicologia Positiva/ Terapia do Esquema. Isso a faz uma coach melhor ou pior que outros coaches? Diferente? É exatamente sobre essas questões, além da própria diferença entre os termos, que conversamos com a profissional e você irá conferir nesse bate-papo exclusivo.
Foco nos Negócios – Para quem não sabe, mas costuma ler muito por aí, o que é “coach” e “coaching”?
Rosangela Sampaio – Coaching é um processo que visa elevar a performance de um indivíduo, grupo ou empresa, aumentando os resultados positivos por meio de metodologias, ferramentas e técnicas cientificamente validadas, aplicadas por um profissional habilitado, o coach, em parceria com o cliente, o coachee.
FN- Como é um profissional realmente capacitado para fornecer esse serviço?
RS – Um profissional gabaritado entende tudo do que se refere ao ser humano, ao processo de mudança e aumento de performance. Especializa-se continuamente nesses temas. Busca conhecer a psique e a interação corpo-mente (neurologia, biologia e fisiologia) das pessoas, os estilos psicológicos, os tipos de personalidade, os estilos pessoais, o comportamento, a atitude, a motivação e tudo o que diz respeito à mudança e à performance.
FN – O que designa uma especialização, como “coach de carreira”, “coach comportamental” e assim por diante dentre de todas essas vertentes?
RS – A identificação com o nicho de atuação e a necessidade de mercado.
FN- Em sua opinião como profissional, como é lidar com essa ideia de que “todo mundo é coach” ou até mesmo ver o seu ofício ser tema de sátira em vídeos de humor, por exemplo? (Veja aqui o vídeo exemplo)
RS – Afinal, o que é coach? Tradução do inglês: treinador. Muitos profissionais se intitulam treinadores, mas não possuem habilidades e formação adequada para aplicar o processo de coaching.
Infelizmente, pelo comportamento inadequado de alguns profissionais, a prática ficou “banalizada”, mas existem muitos profissionais sérios no mercado.
Vídeos de humor são vídeos de humor! Inteligência emocional, profissionalismo, posicionamento adequado diante do mercado, sem dúvida é o caminho para quebrar com todos os preconceitos e consolidar cada vez mais a prática do coaching.
FN- Como você se preparou e se prepara dia a dia nessa rotina que está em constante mudança para sempre se atualizar, se lapidar e aprender mais, podendo oferecer um serviço melhor e se diferenciando sempre?
RS –É preciso uma mentalidade de desenvolvimento contínuo. Aplico Lifelong Learning (aprendizado contínuo a todo momento, em todo lugar e durante toda a minha vida), essencial para acompanhar as mudanças no mundo e no mercado de trabalho).
FN – Um coach necessariamente deve aplicar em sua vida aquilo que ele aconselha aos pacientes? Você tem algum exemplo para nos contar?
RS – Coaching não é aconselhamento, é um conjunto sequencial de procedimentos e ações que visa atingir uma meta ou um objetivo. Por ser um processo, o coaching possui procedimentos definidos, tem começo, meio e fim.
Acreditar no próprio processo é o primeiro passo para fazer dar certo. Quando me tornei uma profissional da área, antes de qualquer coisa procurei uma psicóloga com formação em coaching para aplicar o processo na minha própria vida. Eu estava passando por uma transição de carreira na época e foi uma experiência muito enriquecedora.
FN – Uma dúvida que muitos têm: um coach que tem como formação a Psicologia é melhor do que um coach que tenha outra formação? Sim ou não e por quê?
RS – Depende. É importante pensar na demanda do cliente.
O psicólogo é o expert, o cliente é o paciente. O psicólogo está habilitado para atuar com disfunções e/ou diagnósticos de problemas ou distúrbios mentais, além da psicologia para evolução, precisamos falar sobre esse braço da psicologia. Infelizmente, pela falta de informação, muitas pessoas têm preconceito em relação ao processo psicoterapêutico, afinal, aprendemos que terapia é coisa de “doido”.
O coach e o coachee (cliente) formam uma parceria. O coach generalista não precisa ser especialista no problema do cliente. O coach facilita o processo no qual o cliente desenvolve e implementa suas próprias soluções. O processo de coaching não possui ferramentas para trabalhar com pessoas disfuncionais ou com diagnósticos de problemas ou distúrbios mentais, o foco são as ações para a construção do futuro desejado pelo indivíduo.
Já quanto aos coaches com formação em outras áreas, volto a repetir o que disse em outra questão: é um profissional gabaritado entende tudo que se refere ao ser humano e ao processo de mudança e aumento de performance. Especializa-se continuamente nesses temas. Busca conhecer a psique e a interação corpo-mente (neurologia, biologia e fisiologia) das pessoas, os estilos psicológicos, os tipos de personalidade, os estilos pessoais, o comportamento, a atitude, a motivação e tudo o que diz respeito a mudança e a performance.
FN – Como é prestar o serviço como coach de forma presencial e online? O que difere um do outro e qual dos métodos você tem sentido que há mais procura atualmente?
RS – Prestar o serviço de forma presencial ou online não impacta no resultado. Estamos em um momento em que as pessoas buscam praticidade, comodidade e qualidade de vida, logo, a busca por processos online vem crescendo muito.
Atualmente, a cada três pacientes que atendo online, atendo um presencialmente.
FN – Por que as pessoas, empresas e afins devem procurar um serviço de coach e quando elas devem recorrer a ele?
RS – Do ponto de vista individual, o processo de coaching gera benefícios como:
- Mais autoconhecimento, autoestima e autoconfiança;
- Mais qualidade de vida e menos stress;
- Aprimoramento dos relacionamentos e da comunicação interpessoal;
- Elevação de performance.
No caso do processo de coaching no ambiente empresarial, entre os benefícios, podemos citar:
- Maior satisfação com o trabalho;
- Redução de conflitos;
- Melhoria na comunicação e nos relacionamentos;
- Aumento nos resultados financeiros.
FN – No seu caso, você trabalha com quais tipos de coaches e o quanto da sua experiência como psicóloga ajuda nessa empreitada?
RS – Sou Psicóloga e Coach com especialização em Carrer Coaching.
A minha experiencia como Psicóloga acredito que é a base nessa empreitada. Criei o meu próprio método de forma ética para melhor atender os meus clientes e/ ou pacientes.
FN- Por fim, quais dicas você dá para uma pessoa que deseja procurar um coach, independentemente da área de atuação, mas não quer cair em roubada?
RS – Deixo algumas dicas.
- Reflita sobre o seu objetivo com um processo de coaching;
- Avalie diferentes propostas, a pesquisa aumenta as chances de escolher o melhor profissional;
- Certifique-se de que o profissional é confiável, cheque suas experiencias profissionais, nem tudo o que parece é;
- Cuidado com o processo pré formatado, sessões com temas pré-definidos, é impossível formatar um processo de desenvolvimento de pessoas de maneira rígida e inflexível;
- Cuidado com promessas miraculosas, menos é mais.
Serviço:
Rosangela Sampaio – (11) 96345-1778