A construção modular em contêiner pode ser até cinco vezes mais rápida do que uma construção tradicional.
Sair da caixa é uma expressão usada para mostrar que um negócio precisa se reinventar, inovar e sair da forma tradicional. Mas após a pandemia da Covid-19, tem muito empresário fazendo o contrário: montando negócios dentro de uma caixa, de uma forma bem criativa. É o caso do Açougue Dallas, dos sócios Davi Souza e Rafael Pacheco, que vão iniciar suas operações dentro de um contêiner.
Os contêineres têm uma vida útil de 10 a 20 anos, dependendo da carga que transportam. Depois disso, pode ser totalmente adequado para outros usos, como por exemplo, na construção civil. Uma solução sustentável e de baixo custo, que vem fazendo a cabeça de muitos empreendedores.
“A ideia de estruturar nossa operação em Contêineres surgiu diante da dificuldade de encontrar lojas que se adequassem às normas previstas para um açougue funcionar legalmente. Com os contêineres, tivemos mais flexibilidade para fazer as mudanças necessárias à adequação. Além disso, o custo benefício é muito melhor, tornando-se algo muito mais viável do que um imóvel comum”, explica Rafael Pacheco”, explica Rafael Pacheco.
Segundo o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção Civil), o novo modelo de negócios é uma solução inovadora, mais rápida e mais barata para quem quer realizar o sonho do próprio negócio. A construção modular em contêiner não gera resíduos nem desperdícios durante a obra – sendo até cinco vezes mais rápida que a construção tradicional – com custo até 30% mais baixo e sem o uso de água nem de cimento. Desde o início da pandemia, a procura pela construção modular em contêiner teve um aumento em torno dos 60%.
“A versatilidade é outra grande vantagem. Como a construção é feita em fábrica, os contêineres chegam (95%) pronto ao local de instalação, reduzindo a demanda de mão- de- obra e atrasos. Além disso, é possível construções de todos os tamanhos e modelos, vários pavimentos, de acordo com necessidade e orçamento disponível. É como se fossem peças de lego para montar”, destaca Davi Souza.
Feito de aço cortem, um metal nobre resistente, os contêineres usados na construção recebem isolamento termoacústico com lã de pet, um tipo de manta acrílica, derrubando mitos como barulho e temperatura. Além disso, a estrutura ganha uma pintura automotiva especial, que repele os raios ultravioletas, trazendo ainda mais conforto térmico.
“Essas lojas modulares estão ganhando espaço em postos de gasolina, estacionamentos, condomínios, praças e boulevards, escapando do aluguel pesado das lojas de rua e de shoppings, o que é uma vantagem. O varejo teve que se remodelar de diversas formas diante das dificuldades econômicas impostas no início da pandemia e nesse cenário, o modelo de negócios relacionados a contêineres se beneficiaram”, observa Rafael, afirmando que a loja contêiner tem alta lucratividade e, se for necessário, ainda é possível mudar a loja de local com uma certa facilidade.
Segundo os empresários, outra escolha pelo contêiner é que, por não ser alugado, as reformas e ampliações no módulo serão da empresa, ao contrário do aluguel de imóveis comuns, cujas benfeitorias realizadas ficam para o proprietário. Além disso, os contêineres são altamente resistentes à oxidação, com uma capacidade de carga que suporta mais de 20 toneladas.
“Vamos inaugurar com cinco contêineres, onde irá funcionar uma câmara frigorífica, com capacidade para até uma tonelada de carne por dia, produção e expedição de produtos e uma sala para preparo dos temperos. Nosso objetivo é ainda ampliar o espaço com um segundo andar, para instalar nossa base administrativa”, finaliza Rafael.