Menopausa pode causar atrofia vaginal? Especialista tira dúvidas sobre o quadro

Cerca de 60% das mulheres que chegam à menopausa sofrem de atrofia vaginal ou envelhecimento íntimo, um problema decorrente da falta de produção de estrogênio que causa ressecamento do canal vaginal e desconforto. Mas quais são as consequências? A médica ginecologista Fabiane Gama Ongaratto ressalta que as mulheres vão sentir desde a falta de lubrificação até dores na penetração, além de incontinência urinária e coceira.

– Esse quadro é mais comum em mulheres na menopausa, pois elas param de produzir o estrogênio. Mas não são as únicas que sofrem com esse problema -, explica a especialista, fundadora da Alife Clínica Médica (RS).

Os problemas são decorrentes da pós-menopausa e agravam-se quatro a cinco anos depois do cessar da menstruação. “O estrogênio influencia diretamente a produção de colágeno tipos I e II no tecido conjuntivo e sua redução é responsável pelo ressecamento e afinamento da parede vaginal, pela menor elasticidade, irritação local e sangramentos”.

Os avanços da medicina têm ajudado a tratar o problema.  Fabiane utiliza em sua clínica uma técnica chamada Monalisa Touch, que ela trouxe com exclusividade para o Rio Grande do Sul. O procedimento é indolor, realizado no consultório de forma rápida e não invasiva. Dura em média 15 minutos e são necessárias, em média, três sessões, com intervalo de 30 dias entre as aplicações.

– O tratamento a laser não só cura, mas previne. Ele torna possível a restauração da fisiologia genital para uma condição pré-menopausa, melhorando esses sintomas e a sexualidade. A melhora da qualidade da vida sexual é sentida a partir da primeira sessão, elevando a autoestima das pacientes. O laser, além de estimular a produção de colágeno, devolve espessura à pele por meio da multiplicação celular, bem como melhora a frouxidão na parede vaginal e vascularização da mucosa -, salienta a especialista, explicando que a técnica é mais procurada por mulheres entre 45 e 75 anos.

Além da menopausa, outros aspectos de vida podem interferir no quadro. Em alguns casos, o cigarro, a desnutrição e o baixo peso podem piorar o problema. Mas a especialista explica que pacientes obesas, por exemplo, podem ter menos ressecamento vaginal devido ao aumento da produção estrogênica em tecido adiposo.

– As fortes doses de medicação para o tratamento da doença inibem a produção de estrogênio, que é um hormônio responsável pela ovulação. A baixa produção desse hormônio impacta o tecido vaginal, que perde elasticidade, ficando mais fino e seco. A técnica age no combate a esse quadro, ajudando a mulher a recuperar a lubrificação e o prazer – conta a especialista.

BENEFÍCIOS

Segundo a ginecologista, o laser de CO2 promove melhora significativa e até remissão dos sintomas de ressecamento vaginal, incômodo na relação sexual, irritação, ardência e ainda melhora a elasticidade e minimiza sangramentos da mucosa. “As pacientes apresentam melhora no desconforto físico, aumento da libido, melhorando os relacionamentos com os respectivos parceiros”.

Além desses benefícios, há  melhorias estéticas, como clareamento e rejuvenescimento do tecido vulvar. Apesar de ser comum, a atrofia vaginal não atinge todas as mulheres. Não há, exatamente, como prevenir o aparecimento. A ginecologista lembra que se manter sexualmente ativa ajuda a fortificar o assoalho pélvico e estimular a circulação e lubrificação na região.

SOBRE A ESPECIALISTA

Fabiane Gama Ongaratto é ginecologista, formada pela Universidade Católica de Pelotas, no Rio Grande do Sul, onde hoje atua no programa de residência médica em sua área de especialização e também como professora da graduação. Faz parte da equipe médica do serviço de ginecologia e obstetrícia do Hospital da Universidade Federal de Pelotas. Tem pós-graduação em Medicina Estética pelo Instituto Brasileiro de Ensino, vindo a se tornar referência no Rio Grande do Sul ao aplicar com pioneirismo a técnica de Laserterapia Vaginal, o qual tem aplicação para diversas patologias ginecológicas e também estética, é fundadora da Alife Clínica Médica.