Bernardo Heinz Rodrigues, é um dos fotógrafos mais renomados de Gramado, formado em fotografia pela Faculdade Unisinos.
Bernardo contou ao nosso site toda sua trajetória até aqui.
Confira;
Poderia compartilhar um pouco sobre o seu início da jornada, como começou e o mais importante, porque começou a fotografar?
Descobri a fotografia ainda na escola, aos 16 anos, naquela época onde não sabemos bem para onde queremos ir ou o que fazer profissionalmente, me lembro que em uma visita com a escola à Unisinos, participei da oficina do curso de fotografia com a professora Beatriz, coordenadora do curso na época.
E durante aquela tarde cheguei a conclusão que fotografar seria algo que eu poderia fazer pelo resto da minha vida. A partir disso, comecei a pesquisar bastante sobre o assunto e fui aprendendo os básicos, pela internet mesmo, até em 2014 ingressar no curso superior em fotografia, e começar a desenvolver de forma mais apurada a fotografia em si.
Como você poderia caracterizar o seu trabalho?
Movimento. Leveza. Espontaneidade. Esses são os 3 pontos que mais prezo dentro da minha fotografia ou do meu estilo fotográfico. O modo de dirigir os clientes em frente a câmera faz toda a diferença para a foto final, você joga uma ação e ele te devolve uma reação e tudo que acontece tanto na direção, quanto nas sessões, giram em torno desses 3 conceitos.
Diga, o que mais te inspira na fotografia? De onde vem suas melhores ideias para fotografar?
Penso que é a vontade de fazer a foto não feita sabe? Claro, existem inúmeros outros fotógrafos que me inspiram muito, mas a vontade de sempre melhorar, de sempre crescer, de sempre aparecer uma imagem nova é uma das minhas, se não a minha grande inspiração.
A música é algo muito presente na minha vida também, sempre foi algo que me inspirou em vários momentos e dentro da fotografia não é diferente.
Na sua opinião, quais são os maiores desafios para um fotógrafo neste mercado tão concorrido e carregado hoje em dia?
Com certeza se diferenciar é o maior desafio, mas, existem outros pontos que também são complicados, a desvalorização da arte no país é algo que reflete em muitos fotógrafos, nem todos, mas em uma grande maioria. O caminho, no meu ver, é se especializar em uma área, e assim, criar autoridade nesse assunto para se diferenciar no mercado e atrair os clientes que se identificam com o teu trabalho.
Sabemos que existem muitos clientes que tem um certo receio e acabam ficando um pouco tímidos na hora das fotos. Como você normalmente lida com isso?
Realmente é algo bem comum de acontecer, mas converso bastante com meus clientes, explico detalhadamente como a sessão funciona, como comentei antes, a direção de pessoas é o segredo por trás de tranquilizar o cliente, é se mostrar presente, saber o que está fazendo, dirigir a cliente, criar um movimento para ela fazer, e dar feedbacks, “sobe um pouquinho o queixo”, “desce a mão esquerda”, os ensaios sempre são cheios de movimento, sempre brinco que não paramos quietos um minuto, é quase uma sessão de exercício.
Existe alguma história emocionante e marcante na sua carreira
Se você tivesse uma dica para fotógrafos bem no início de suas carreiras, quais seriam os itens de maior importância no preparo pessoal?
Tem uma história sim, mais marcante do que emocionante, tem uns anos já, fui fotografar um casamento, e era para ser ao ar livre no meio tarde, na época, a cidade aqui já estava lotada, e a noiva acabou atrasando, mas com o atraso e mais o trânsito a tarde foi passando e a noite praticamente chegou, começamos o casamento era passado das 18h, já tava bem escuro e eu super nervoso, pois não sabia como ia ser isso, como iria eu fotografar um casamento no escuro? Lembro que falei para minha segunda fotógrafa, larga a câmera, pega os “flashes”, e faz a luz para mim, que eu me viro para fotografar tudo! Acho que foi minha primeira experiência de tensão quando estava fotografando, acredito que foi por isso que me marcou, mas deu tudo certo no final e foi super divertido. Aquele dia aprendi de verdade, como quando fotógrafo, tenho que estar pronto para todas as situações, e valeu a pena, estar sempre preparado.
Para quem está começando, eu diria que estudar a fotografia é o passo inicial, os conceitos, os pilares técnicos, para depois expandir o estudo para as outras áreas que a fotografia demanda conhecimento. É fácil se perder, principalmente quando se fotografa pessoas, pois muitas vezes é demandado do fotógrafo conhecimento de várias áreas, mas inicialmente, como ponto zero, o estudo da fotografia no geral, desenvolver o olhar, criar repertório observando outros fotógrafos é um bom passo inicial.
Font: instagram.com/bernardoheinzfoto