O Futuro da Gestão de Pessoas

                                                               Como o RH pode construir uma nova mentalidade para orientar o negócio e guiar colaboradores

 

Humanize-se!

 

Esse foi o primeiro insight trazido pela pesquisa “Tendências globais de capital humano” da Deloitte, que revelou que líderes e RH mudaram suas prioridades e adotaram formas radicalmente novas de trabalhar e operar em resposta aos reflexos da pandemia.

 

No artigo desta semana, quero falar especialmente para você, profissional de RH que, segundo a Deloitte, se tornou a área central da empresa, aquela à frente da Gestão de pessoas que busca continuamente ser a ponte entre os negócios e o capital humano.

 

Reimaginar o trabalho de forma humanizada é mais do que automatizar tarefas. Não se trata de usar a tecnologia como estratégia de substituição: trata-se de ajustar o trabalho de forma a valorizar as capacidades humanas.

 

E para falar de novas formas de trabalho em um mundo que ainda reflete a pandemia, é preciso falar antes de tudo, da Gestão de Pessoas.

 

As empresas que querem estar à frente precisam investir no capital humano para manter os resultados, trazer inovações, prosperar e “navegar” bem nesse contexto.

 

Depois de ouvir mais de 1 milhão de colaboradores em todo o mundo, uma outra pesquisa, dessa vez da Consultoria Gallup, concluiu que apenas 13% desses colaboradores estão engajados em suas empresas.

 

Empresas são feitas de pessoas!

 

Dessa forma, em um mundo cada vez mais dinâmico, as questões de capital humano precisam ser vistas como questões de negócio a serem modeladas pelo RH, mas abordadas por toda a liderança da empresa.

 

E para assumir esse protagonismo à frente da Gestão de pessoas, o RH precisa construir uma nova mentalidade para direcionar o futuro.

 

Construindo uma nova mentalidade

 

Antes de dar o start na construção de um novo modelo de pensamento, é preciso reforçar a ideia de que não dá para pensar em ações futuras com a empresa segmentada.

 

É essencial que todas as áreas, incluindo médias e altas lideranças, se envolvam de forma colaborativa em busca de um objetivo comum.

 

Uma das mudanças mais visíveis em 2020 foi a do trabalho no escritório para o home office e, muito embora, trabalhar em casa já fosse uma tendência, não existiam muitas empresas com uma política de trabalho remoto bem definida.

 

Mesmo aquelas organizações que já adotavam o modelo tiveram que agir rápido para levar o benefício a todos de forma integral.

 

E como consequência lógica desse aumento de colaboradores no trabalho remoto, a pressão para que o RH repensasse diversas práticas se intensificaram, necessitando de uma mudança de mentalidade para manter os resultados e ainda prosperar.

 

E de que mudanças mais especificamente estamos falando?

 

 

Deixar o controle de lado e estabelecer relações de confiança

 

O olho no olho cedeu lugar às reuniões virtuais. Durante grande parte da quarentena, diversos colaboradores foram contratados sem nem sequer conhecerem seus gestores pessoalmente, como então essa experiência, por exemplo, afeta na construção de confiança entre colaborador, gestor e a equipe como um todo?

 

Stephen Covey, autor do best-seller Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes, disse uma vez que: “confiança é a cola da  vida. É o ingrediente essencial da comunicação efetiva. É o princípio fundamental que sustenta todas as relações”.

 

E nas relações de trabalho não é diferente, esse item é essencial num grau ainda mais elevado do que no modelo de trabalho presencial.

 

Por isso, a mudança de mentalidade exigida para quem está à frente da Gestão de pessoas é garantir um ambiente psicologicamente saudável e deixar de lado o controle e a vigilância para construir relações de confiança. Pessoas não gostam de ser tratadas como números.

 

Em um artigo da Harvard Business Review Brasil, Paul Zac, autor do livro Trust Factor: The Science of Creating, afirma que: é a confiança que alavancará resultados positivos na produtividade do trabalho remoto.

Portanto, todo aquele que espera colher resultados acima da média precisa entender que está nas relações de confiança a saída para melhorar a performance.

 

 

Empresas orientadas por propósitos

 

A Ciência diz que propósito é uma ferramenta de pensamento concreto, valiosa para todos os níveis de trabalho.

 

Estar conectado ao propósito melhora a performance e protege a saúde.

 

De acordo com a pesquisa da consultoria PwC, 79% das lideranças à frente da Gestão de pessoas acreditam que o propósito será a chave para o sucesso e para o engajamento de colaboradores.

 

Desse modo, uma empresa conectada ao propósito pode, portanto, ser a solução para muitos dos desafios de motivação que os colaboradores no trabalho remoto enfrentarão cada vez mais.

 

E isso significa que, decisões, alinhamentos, conversas, comportamentos e atitudes em todos os níveis hierárquicos (colaboradores, gerentes, gestores, RH, liderança, c-level) precisam estar alinhados a esse propósito.

 

 

Valorizar o desenvolvimento de habilidades comportamentais

 

Segundo a Consultoria Gartner Institute, as prioridades do setor para 2021 é desenvolver novas competências e habilidades comportamentais, apontado como a maior meta por 68% dos líderes entrevistados.

 

Esses dados apenas refletem o cenário provocado pela pandemia, ficando ainda mais evidente a necessidade de cada colaborador desenvolver novas habilidades comportamentais.

 

Mesmo com o “boom” da inteligência artificial e o avanço da tecnologia, as habilidades comportamentais continuarão em alta, já que elas se tornaram primordiais para enfrentar diversos desafios e manter a saúde mental em dia.

 

É por isso que todo RH precisa estar atento ao desenvolvimento das principais habilidades comportamentais valorizadas para 2021, com a criação de programas, treinamentos, workshops, palestras, team buildings e outros para colaboradores e lideranças.

 

Durante muito tempo, habilidades e competências sócio-emocionais e comportamentais foram subestimadas por líderes e organizações, hoje, porém, são elas que roubam a cena e demonstram o caminho para o sucesso.

 

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Abraços,

 

Paulo Alvarenga (P.A.)

CEO & Founder da Mastersoul