Popularizado através de celebridades, o preenchimento se tornou objeto de desejo de mulheres e homens que desejam melhorar a autoestima de forma simples e sem precisar de uma cirurgia. Um tanto quanto tentador, porém não é só maravilhas que essa prática garante. É fundamentalfalarmos sobre os riscos atrelados ao procedimento.
Na última semana um crime tem alertado à população. Uma dentista que fazia preenchimento facial e divulgava em sua rede social, foi denunciada após receber acusações de ter deformado cerca de 18 pacientes. O caso aconteceu em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
Os pacientes desconfiavam que havia algo de errado assim que a aplicação era realizada. Uma das mulheres que havia realizado o preenchimento com a dentista, revelou em entrevista que teve infecção no tecido onde foi aplicado o produto e precisou buscar atendimento médico e cirúrgico, na tentativa de reverter o procedimento mal sucedido.
No caso retratado acima, o material utilizado trata-se do PMMA, abreviação de Polimetilmetacrilato. Ele é um tipo de plástico, apresentado em um formato de microesferas, que é usado em alguns casos para realizar preenchimentos. Porém, além de haver ressalvas, o preenchimento com o produto não éindicado pela ANVISA.
Diferente do Ácido Hialurônico, que é uma moléculapresente no nosso corpo e por este motivo ele é totalmente absorvido. O Polimetilmetacrilato além de não ser absorvido pelo corpo humano, ele pode causar na maioria dos consumidores, formação de nódulos, enrijecimento da região, infecção, alergias, dor crônica, rejeição do organismo e até necrose do tecido.
Em conversa com a Dra. Ana Paula Quinteiro – Mestra em Odontologia, especialista em Implantodontia e Harmonização Orofacial, residente em Cirurgia e Professora do Instituto Levy Nunes a profissional explica:
Há dois anos a especialidade “Harmonização Orofacial”, foi liberada para ser realizada por profissionais do ramo da odontologia, pois antes era liberada apenas para profissionais do ramo dermatológico. Porém, muitos dentistas que não possuem a devida especialização e certificação para realizar a prática, acabam propagando um marketing enganoso nas redes sociais, assumindo assim um risco sobre a vida e a saúde de seus pacientes. Por esse motivo, na semana passada, o Conselho Federal de Odontologia (CFO), vetou o profissional de odontologia de realizar procedimentos que não sejam reversíveis. Em contraponto, a Diretoria do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais (CBCTBMF), decretou em nota, que os Cirurgiões Buco-Maxilo-Faciais apresentam formação consistente e treinamento necessários para a execução de procedimentos cirúrgicos estético-funcionais da face obtida por meio de diversos anos de formação.
A especialista alerta: “Sempre que pensar em fazeralgum tratamento ou procedimento estético, é imprescindível pesquisar sobre os riscos e sobre o profissional escolhido. É necessário não se deixar levar por fotos em perfis de redes sociais, de preferência busque mais de uma opinião de especialistas, e assim que encontrar o médico que mais gostar, lembre-se de consultar através dos órgãos capacitados o histórico acadêmico do profissional, pois na internet não existe um controle e verificação da procedência e segurança dos conteúdos postados! Ou seja, fica mais fácil de ser enganado!”.
Dra. Ana Paula Quinteiro
Graduada em Odontologia
CRO – 23956
Mestra em Odontologia – Área de Concentração Implantodontia, São Leopoldo Mandic.
Especialização em Implantodontia 2012/2014, Facsete.
Especializada em Harmonização Orofacial 2019/2021, Funorte.
Residente em CTBMF 1996, Unifenas.
Professora do Instituto Levy Nunes 2021.
Instagram –https://www.instagram.com/dra_anaquinteiro/
Proprietária da grife Dra. Chica – Moda para o cotidiano dos profissionais da área da saúde – https://drachica.com.br/